Data: 13/04/2011
Inicia-se novamente a celebração da Paixão de Cristo. Ramos nas mãos, os fiéis repetem a cena da entrada em Jerusalém, de dois mil anos atrás, com hosanas e louvores próprios dos reis. Mas o reino de Cristo não é um reino político nem terreno. Interrogado sobre isto ele dirá a Pilatos: “Meu reino não é daqui. Se meu reino fosse daqui, certamente meus súditos haveriam de me defender.” (Jo.18,36).
Os ramos de oliveira e o caráter festivo são sinais de vida, a vida verdadeira, aquela que não tem fim. Não sendo daqui o reino, há de ser de outro lugar. Outra realidade não puramente terrena, iniciando-se aqui, terá sua plenitude na eternidade. O Senhor Jesus anuncia o reino, o inicia, o realiza. Ensina a respeito das diretrizes e regras, que na verdade se resumem em uma única: amar a Deus e ao próximo. Ao aproximar-se o dia de sua prisão e condenação à morte, conclui todos os seus ensinamentos nestas palavras: “dou-vos o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado” (Jo.15,12).
O evangelista João, em carta à sua comunidade de fé, define: “Deus é amor” I Jo.4,7).
A paixão, morte e ressurreição do Senhor, que celebramos todos os anos na Semana Santa só podem ser compreendidas no prisma do amor. O Senhor, Filho do Deus Altíssimo, sofre porque nos ama; dá sua vida por nós. Consente em ser humilhado, condenado injustamente e sacrificado qual cordeiro imolado, por amor. Sendo o amor força de vida, não permanece na morte, mas vence-a e ressuscita. Pelos mistérios que celebramos, buscamos criar a civilização do amor. Podemos compreendê-la em dois níveis: o individual e o comunitário. Individualmente, devemos nos reger pela lei do amor ao próximo, sabendo renunciar-nos em favor do outro, colocar a vida do outro sempre em primeiro lugar. Comunitariamente, devemos construir leis e estabelecer sistemas de relações sociais cujas bases sejam a justiça, a paz, a solidariedade, o respeito incondicional pela vida e não o egoísmo e a ganância. São dois níveis que se completam e se entrelaçam, pois a comunidade nada mais é que a união dos indivíduos, amalgamados por um ideal positivo e bom.
Certamente, um fato nos ajudará a entender. Conta-se que num mosteiro, certo dia chegou à porta um homem pobre que recebia dos monges ajudas freqüentes. Trazia um lindo cacho de uvas que ele havia colhido de sua pequena plantação e desejava oferecê-lo ao porteiro, pela amabilidade com que o recebia. O monge o recebeu com alegria, admirado pela beleza das uvas. Ao se distanciar o doador, pensou o monge porteiro: vou dar este lindo cacho de uvas ao Abade. Ele o merece mais do que eu. O Abade o recebe maravilhado. Partindo o porteiro, o Abade ofereceu as uvas ao monge mais velho e doente. Ao se distanciar o Abade, o doente as dá ao monge enfermeiro, como prova de gratidão pela sua caridade. Mas ao sair do quarto, o enfermeiro presenteia o monge cozinheiro, agradecido pelos humildes serviços. O cozinheiro, já quase ao fim do dia, toma cuidadosamente as uvas e as dá ao monge mais jovem para que não se desanimasse diante das dificuldades. Este, com os olhos brilhantes de admiração, toma as usas e as oferece ao monge porteiro que o recebeu com tanta bondade. O porteiro recebe novamente as uvas, certo agora de que vivia verdadeiramente num lugar de Deus, onde reinava exclusivamente a lei o amor e todo sinal de egoísmo havia já desaparecido. Ah! Se o mundo inteiro fosse assim! Eis o jeito de se viver os dias santos da semana que se inicia e que culminará com o Tríduo Sagrado da Páscoa, quando se cantará convictamente “Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão” e , mais uma vez, se proclamará a palavra de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham plenamente”. Feliz Páscoa!
Fonte: CNBB
Os ramos de oliveira e o caráter festivo são sinais de vida, a vida verdadeira, aquela que não tem fim. Não sendo daqui o reino, há de ser de outro lugar. Outra realidade não puramente terrena, iniciando-se aqui, terá sua plenitude na eternidade. O Senhor Jesus anuncia o reino, o inicia, o realiza. Ensina a respeito das diretrizes e regras, que na verdade se resumem em uma única: amar a Deus e ao próximo. Ao aproximar-se o dia de sua prisão e condenação à morte, conclui todos os seus ensinamentos nestas palavras: “dou-vos o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado” (Jo.15,12).
O evangelista João, em carta à sua comunidade de fé, define: “Deus é amor” I Jo.4,7).
A paixão, morte e ressurreição do Senhor, que celebramos todos os anos na Semana Santa só podem ser compreendidas no prisma do amor. O Senhor, Filho do Deus Altíssimo, sofre porque nos ama; dá sua vida por nós. Consente em ser humilhado, condenado injustamente e sacrificado qual cordeiro imolado, por amor. Sendo o amor força de vida, não permanece na morte, mas vence-a e ressuscita. Pelos mistérios que celebramos, buscamos criar a civilização do amor. Podemos compreendê-la em dois níveis: o individual e o comunitário. Individualmente, devemos nos reger pela lei do amor ao próximo, sabendo renunciar-nos em favor do outro, colocar a vida do outro sempre em primeiro lugar. Comunitariamente, devemos construir leis e estabelecer sistemas de relações sociais cujas bases sejam a justiça, a paz, a solidariedade, o respeito incondicional pela vida e não o egoísmo e a ganância. São dois níveis que se completam e se entrelaçam, pois a comunidade nada mais é que a união dos indivíduos, amalgamados por um ideal positivo e bom.
Certamente, um fato nos ajudará a entender. Conta-se que num mosteiro, certo dia chegou à porta um homem pobre que recebia dos monges ajudas freqüentes. Trazia um lindo cacho de uvas que ele havia colhido de sua pequena plantação e desejava oferecê-lo ao porteiro, pela amabilidade com que o recebia. O monge o recebeu com alegria, admirado pela beleza das uvas. Ao se distanciar o doador, pensou o monge porteiro: vou dar este lindo cacho de uvas ao Abade. Ele o merece mais do que eu. O Abade o recebe maravilhado. Partindo o porteiro, o Abade ofereceu as uvas ao monge mais velho e doente. Ao se distanciar o Abade, o doente as dá ao monge enfermeiro, como prova de gratidão pela sua caridade. Mas ao sair do quarto, o enfermeiro presenteia o monge cozinheiro, agradecido pelos humildes serviços. O cozinheiro, já quase ao fim do dia, toma cuidadosamente as uvas e as dá ao monge mais jovem para que não se desanimasse diante das dificuldades. Este, com os olhos brilhantes de admiração, toma as usas e as oferece ao monge porteiro que o recebeu com tanta bondade. O porteiro recebe novamente as uvas, certo agora de que vivia verdadeiramente num lugar de Deus, onde reinava exclusivamente a lei o amor e todo sinal de egoísmo havia já desaparecido. Ah! Se o mundo inteiro fosse assim! Eis o jeito de se viver os dias santos da semana que se inicia e que culminará com o Tríduo Sagrado da Páscoa, quando se cantará convictamente “Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão” e , mais uma vez, se proclamará a palavra de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham plenamente”. Feliz Páscoa!
Fonte: CNBB
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