sábado, 4 de fevereiro de 2012

Carta MCC Brasil – Fev/2012


Carta MCC Brasil – Fev/2012 (150ª.)

 “Dou graças a meu Deus, cada vez que me lembro de vós nas minhas orações por cada um de vós. É com alegria que faço minha oração, por causa da vossa comunhão no anúncio do evangelho; desde o primeiro dia até agora. Eis a min há convicção: Aquele que começou em vós tão boa obra há de levá-los a bom termo, até o dia do Cristo Jesus” (Fl 1,3-6).

Amados e amadas, desejo ardentemente que todos estejam mergulhados na intimidade com o “Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação” (cf.2Cor 1,3):

1. Carta mensal 150ª. Começo esta Carta ousando fazer minhas as palavras do Apóstolo Paulo aos Filipenses. A motivação é clara pois, alimentados pela graça de Deus, nosso Pai, pelo amor da sua Palavra – Jesus –, pela inspiração do seu Espírito Santo e pelo interesse e apoio de todos vocês, queridos e benévolos leitores e leitoras, chegamos a esta Carta que, de maneira muito especial, vem carregada de responsabilidade e de carinho por todos e por cada um. E por quê? Porque é a Carta de número cento e cinquenta. Tendo começado a escrevê-las no mês de setembro de 1999, quando ainda era eu Assessor Nacional do Movimento de Cursilhos, continuei a redigi-las em nome do Grupo Executivo Nacional (GEN) a pedido do novo Assessor, Pe. Francisco Luiz Bianchin (nosso querido Pe. Xico) que voltou à mesma solicitação em recente reunião do GEN. Delas já foi publicado um volume contendo as primeiras cem .

2. Objetivos das Cartas mensais. Inicialmente, tinha-se como projeto oferecer ao Movimento de Cursilhos do Brasil (reuniões de grupos de cursilhistas, dias de formação, retiros, etc.) uma fonte de alimento espiritual para o dia-a-dia. Com o correr do tempo, foi-se ampliando o seu alcance geográfico com traduções não oficiais para o espanhol  de modo que muitos cursilhistas de toda a América Latina e, também, de outros países foram tomando conhecimento do teor das Cartas e utilizando-as para suas reflexões. Num segundo momento, o foco dos assuntos das Cartas foi-se diversificando, de modo a atingir não só os cursilhistas, mas todos os que se interessassem pelos temas nelas propostos. Entretanto, seja lá qual for o tema, sempre haverá nele margem suficiente para aplicação quer ao Movimento de Cursilhos quer aos cursilhistas. Nessa ótica é que são apresentadas reflexões sobre o tempo litúrgico, por exemplo, ou sobre celebrações especiais do mês ou, ainda, sobre este ou aquele documento eclesial julgado de especial significado para aquele momento histórico. Quanto a estes, ao referir-me a alguma de suas passagens, faço-o citando-a por extenso com o objetivo de dar oportunidade de sua leitura para os que não dispõem do texto integral.

3. A Palavra de Deus nas Cartas mensais. Como uma fonte de inspiração não apenas para reflexão, mas, sobretudo, para uma prática concreta, as Cartas nascem de uma citação bíblica. Nem sempre, porém, o texto trata diretamente da citação referida no cabeçalho. Quase sempre a Palavra entra como pano de fundo para o assunto a ser apresentado. Os leitores deverão estar atentos para deixar-se iluminar por ela no transcurso da leitura. Na Exortação Apostólica VERBUM DOMINI (VD), agora já bem conhecida, depois de uma introdução mais ou menos longa sobre “O DEUS QUE FALA” (nº. 6 a 21), apresenta-se “A RESPOSTA DO HOMEM A DEUS QUE FALA” (nº 22 a 28). Pois nessas nossas Cartas apresentamos sempre na citação bíblica inicial “O Deus que fala” para, em seguida, mostrar uma forma de “Resposta do homem a Deus que fala”. Aqui vejo como oportuno lembrar o que nos diz a VD no parágrafo referente a “Deus escuta o homem e responde às suas perguntas:“Neste diálogo com Deus, compreendemo-nos a nós mesmos e encontramos resposta para as \perguntas mais profundas que habitam no nosso coração. De fato, a Palavra de Deus não se contrapõe ao homem, nem mortifica os seus anseios verdadeiros; pelo contrário, ilumina-os, purifica-os e realiza-os... Na realidade, toda a economia da salvação mostra-nos que Deus fala e intervém na história a favor do homem e da sua salvação integral. Por conseguinte, é decisivo, do ponto de vista pastoral, apresentar a Palavra de Deus na sua capacidade de dialogar com os problemas que o homem deve enfrentar na vida diária... Por isso, devemos fazer todo o esforço para mostrar a Palavra de Deus precisamente como abertura aos próprios problemas, como resposta às próprias perguntas, uma dilatação dos próprios valores e, conjuntamente, uma satisfação das próprias aspirações” (VD 23).

4. Início do tempo quaresmal. Algumas celebrações deste mês são muito importantes na liturgia e, de maneira especial, na piedade popular. Entretanto, tendo que optar por uma mais significativa dentro do nosso reduzido espaço, escolhi o início do sagrado tempo da Quaresma que, na Igreja do Brasil, marca, também, o início da Campanha da Fraternidade. Com a quarta-feira de Cinzas, no dia 22, dispomo-nos a percorrer o caminho que nos levará à Páscoa da Ressurreição de Jesus, centro e motivo de nossa fé e esperança da nossa própria ressurreição.

a) O Espírito quaresmal e sua prática. Num mundo avesso à renúncia, contrário à interiorização, marcado pelo excessivo e, até, abusivo consumo, sem rumo, apressado numa corrida louca para o virtual, impaciente na realização de sonhos idealizados e ideologizados, desesperado em busca dos “primeiros lugares” da fama, do brilho passageiro da glória, do poder e do ter, a proposta cristã da quaresma soa nada menos que como uma esquisitice não só inexequível como incompreensível para uma cultura que perdeu a memória do passado, relativizou o presente e para a qual o futuro é somente o hoje. Seguindo as pegadas de Jesus, os cristãos buscam fazer da quaresma um tempo de volta para a cruz e para a ressurreição. Deveriam nascer, então, atitudes concretas expressadas naquelas práticas já tão conhecidas: o jejum não só dos alimentos, como de todas aquelas atitudes que nos distanciam dos critérios e valores do Evangelho; a esmola que, nos dias de hoje, mais do que dar os centavos ou as sobras ou o supérfluo que nos estão incomodando, significa a partilha daquilo que somos e, também, até do necessário que temos; e a oração intensificada nesse sagrado tempo com a leitura, reflexão e prática da Palavra de Deus. Aqui aconselho, viva e insistentemente, a leitura meditada da Exortação Apostólica Verbum Domini, nº 24 e 86 a 88.

b) A Campanha da Fraternidade. Esse é, também, o tempo propício para a vivência da Campanha da Fraternidade, iniciativa própria e já tradicional da Igreja no Brasil durante a Quaresma. Neste ano a CF terá por tema “Fraternidade e Saúde pública” e por lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra”. Deixo de comentá-los, tema e lema, mais longamente, uma vez supondo que você, meu irmão, minha irmã, participará ativamente da CF na sua Comunidade Paroquial e no seu Movimento ou associação (refiro-me particularmente ao Movimento de Cursilhos do Brasil ao qual, de preferência se destinam estas Cartas mensais).

Desejando a todos uma santa vivência quaresmal percorrendo a trajetória dos passos de Jesus até a cruz, preparando-se, assim, para a grande vitória do Ressuscitado na Páscoa da Ressurreição, esperança e promessa da nossa própria ressurreição, que já se inicia com a nossa luta para construir uma sociedade mais fraterna e solidária, deixo-lhes meu afetuoso abraço fraterno,


Pe. José Gilberto Beraldo


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